Gilka Machado Não creias nos meus retratos, nenhum deles me revela, ai, não me julgues assim! Minha cara verdadeira fugiu às penas do corpo, ficou isenta da vida. Toda minha faceirice e minha vaidade toda estão na sonora face; naquela que não foi vista e que paira, levitando, em meio a um mundo de cegos. Os meus retratos são vários e neles não terás nunca o meu rosto de poesia. Não olhes os meus retratos, nem me suponhas em mim. ©
Não creias nos meus retratos, nenhum deles me revela, ai, não me julgues assim!
Minha cara verdadeira fugiu às penas do corpo, ficou isenta da vida.
Toda minha faceirice e minha vaidade toda estão na sonora face;
naquela que não foi vista e que paira, levitando, em meio a um mundo de cegos.
Os meus retratos são vários e neles não terás nunca o meu rosto de poesia.
Não olhes os meus retratos, nem me suponhas em mim.