Hai-kais
Yeda Prates Bernis
Lavadeiras de beira-rio.
Nas águas, boiando,
cores e cantos.
Na poça d'água
o gato lambe
a gota de lua.
Pássaros em silêncio.
Noturna chave
tranca o dia.
Noite no jasmineiro.
Sobre o muro,
estrelas perfumadas.
Inúltil. A gaiola
nunca aprisiona
as penas do canto.
No porta-retrato
um tempo respira,
morto.
|

|